segunda-feira, 18 de maio de 2009

Destino: FELICIDADE


Recebi outro dia este texto no colégio. Fazia parte de um momento de reflexão.

E me fez refletir...

Porque não são todos que surtem tal efeito!

Foi pensado nos meus alunos, pensando nos meus filhos, nesta geração que esta aí, que me deixou mais pensativa e preocupada.

Pais que mesmo amando seus filhos não conseguem educá-los. E filhos que mesmo amando seus pais não conhecem limites, não sabem o que é respeito.

O estilo de vida, a correria, as pressões, o imediatismo, o consumo desenfreado...

Será que estes são os novos caminhos da felicidade?

Ou será que precisamos abrir mão de tudo isto para ser feliz?

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Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?'. Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aula de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

(...)

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais...

(...)

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. E curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: 'Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.'



[Frei Beto, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de 'O desafio ético' (Garamond), entre outros livros].


sábado, 9 de maio de 2009

Meu tapete vermelho é o asfalto...


Sempre fui considerada uma garota grande, mas não gordinha. Era a mais alta da turma e gostava de praticar esportes como natação e basquete. Por isso, conseguia manter um peso ideal para minha altura. Além do mais, levava uma vida corrida com trabalho e faculdade, e as refeições eram muitas vezes enganadas com um lanchinho ou coisa parecida.

Porém, as coisas mudaram após o casamento. Parei de trabalhar e logo vieram os filhos... e engordei mais de 20 quilos em cada gravidez!

Depois disso, sempre lutei contra os quilinhos a mais. Fazia dietas malucas, aquelas novidades que sempre alguém te aconselha: dieta da lua, da sopa, da proteína, do abacaxi e este blábláblá não parou por aí! Às vezes perdia peso, mas não conseguia me manter e engordava tuuudo de novo. Sentia-me infeliz e descontava ainda mais nos doces, principalmente num tal de leite condensado. Na verdade, acho que os exageros eram pra compensar alguma carência... (de vitaminas garanto que não!!!)

Comprar roupas então era uma dificuldade, principalmente depois que o G passou pra M, o M para o P e o P virou PP! Tinha que apelar para calças masculinas ou unisex, como diziam as vendedoras só para me animar.

O que mais me confortava era aquela conversa: “Você tem um rosto bonito!” (mesmo sendo gordinha) ou “Você é muito simpática!” ou aquelas tias queridas dizendo “Você tá forte, hein?”
Só que as coisas se complicaram quando o assunto virou saúde. Levando uma vida sedentária, sem nenhuma atividade física e com uma alimentação desregulada, comecei a ter dores no joelho, cansaço, colesterol alto e um desânimo geral.

Foi então que minha médica me alertou: “O que mais me preocupa é você daqui a 15 ou 20 anos...”

Resolvi me cuidar para valer... No dia seguinte me matriculei em uma academia perto de casa, pois poderia ir a pé. Isso já foi um incentivo muito grande.

Fiz uma avaliação com o professor e deixei bem claro meu objetivo: perder peso para ter saúde. Ele foi muito cauteloso e extremamente profissional, passando uma série na musculação onde eu perderia peso e ganharia resistência, não prejudicando meus joelhos. A atividade aeróbica também foi bem leve no início. Comecei com 15 minutos na esteira e fui aumentando aos poucos, inclusive dando umas corridinhas. Só que me animei demais, e as corridinhas passaram para provas de rua e até ½ maratona!

Tinha me encontrado em uma modalidade. E com certeza foi o que mais me ajudou a queimar calorias. Cansa mais ficar em casa, sabe.

Além da malhação, segui à risca a dieta do Vigilantes do Peso, que na verdade é uma reeducação alimentar. Hoje como de tudo, mas as porções são moderadas e com qualidade. Ninguém consegue viver á base de grelhados e salada. É fundamental uma dieta equilibrada incluindo carboidratos, leite e derivados, grãos, carnes magras, frutas e, lógico, um docinho de vez em quando... pois ninguém é de ferro!

Hoje a corrida é a minha companheira inseparável!
Mas como posso expressar este sentimento todo? Esta paixão inexplicável?
...
Bem, Mel Gibson me ajudou...

"You don't stand in front of a mirror before a run...
(Vc não fica em frente ao espelho antes de correr...)

and wonder what the road will think of your outfit.
(querendo saber o que a rua vai achar da sua roupa.)

You don't have to listen to its jokes and pretend they're funny.
(Vc não tem que ouvir suas piadinhas e fingir que são engraçadas.)

lt would not be easier to run if you dressed sexier.
(Não seria fácil correr se vc se vestisse mais sexy.)

The road doesn't notice if you're not wearing lipstick.
(A rua não nota se vc não passou batom.)

lt does not care how old you are.
(Ela não se importa quantos anos vc tem.)

You do not feel uncomfortable...
(Vc não se sente incomodada...)

because you make more money than the road.
(porque vc ganha mais dinheiro do que ela.)

And you can call on the road whenever you feel like it,
(E vc pode dar uma passadinha sempre que estiver a fim,)

whether it's been a day...
(quer seja um dia...)

or even a couple of hours since your last date.
(ou até mesmo algumas horas desde o último encontro.)

The only thing the road cares about...
(A única coisa que ela se preocupa...)

is that you pay it a visit once in a while."
(é se vc faz uma visitinha de vez em quando.)

"What women want, 2000"